Aluguel de imóvel residencial é desperdício de dinheiro?
havia mudado de cidade e não havia comprado um imóvel na cidade que
passou a residir, "desperdiçando" o dinheiro com aluguel. Será que
aluguel é desperdício de dinheiro? A resposta é NÃO. Aluguel não
necessariamente é desperdício de dinheiro.
Os potenciais compradores de um imóvel transitam entre duas situações,
os que possuem dinheiro para comprar um imóvel à vista e os que
precisam financiar, podendo estar no meio termo entre essas duas
situações.
O indivíduo que possui o dinheiro para comprar um imóvel à vista -
caso ele aplicasse todo o valor do imóvel em ativos financeiros sem
risco, ou seja, renda fixa, poderia obter um rendimento, hoje, em
torno de 0,7% ao mês, enquanto que o aluguel fica em torno de 0,4% do
valor do imóvel, desta forma o detentor dos recursos que alugasse um
imóvel pagaria o aluguel com o rendimento das aplicações e ainda
acumularia mais de 3,7% do valor no primeiro ano devido aos juros
compostos, ao final de um ano, mesmo com o reajuste do aluguel pelo
IGPM o valor acumulado na aplicação seria suficiente para compensar o valor do
reajuste do aluguel no ano seguinte, desta forma os rendimentos da aplicação estariam
pagando o aluguel.
O indivíduo que financia 100% do imóvel - Nesse caso, se ele financiar
um imóvel em 20 anos com taxa em torno de 0,9% ao mês, já incluindo
seguros e taxas administrativas comuns nesse tipo de financiamento,
teria uma parcela de aproximadamente 1% do valor do imóvel, que seria
constante durante todo o financiamento, enquanto que o aluguel
aumentaria anualmente em torno de 5% (inflação que projetamos para a
simulação), como as prestações mensais do financiamento são maiores
que o valor do aluguel, o indivíduo poderia compor uma poupança,
rendendo aproximadamente 0,7% líquido ao mês, ao final dos 20 anos
teria uma poupança aproximadamente 10% maior que o valor do imóvel
corrigido pela inflação.
Existem muitas variáveis que podem alterar os resultados dessa
situação: Rendimentos obtidos com portfólio de risco superior (ou inferior!) ao
simulado com renda fixa, mudanças na taxa de juros, valorização dos
imóveis acima da inflação, etc. Na verdade nunca saberemos ao certo
qual a melhor opção, mas dado o futuro que se desenha, do ponto de
vista econômico-racional, deixando de lado o emocional, a falta de
disciplina, medos e desejos, temos que: alugar, comprar ou financiar
são situações que tendem a ser indiferentes, logo alugar não é jogar
dinheiro fora.
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