Fundos Alavancados: As perdas podem ser superiores aos patrimônios.

"Dêem-me um ponto de apoio e moverei a Terra." (Arquimedes)

Alguns fundos se utilizam de derivativos para aumentar a sua exposição ao risco e conseqüentemente lucrar mais. Esses fundos são chamados de alavancados, por causa do princípio da alavanca de Arquimedes. Quanto maior alavancagem, maior a possibilidade de lucros e maior também será a possibilidade de perdas, o aumento da alavancagem por vezes se traduz em aumento da volatilidade.

A estratégia de alavancagem é comum aos fundos agressivos/arrojados do tipo "multimercado", aqueles que investem em muitos mercados ao mesmo tempo, e também aos fundos de ações de gestão ativa (aqueles que tentam superar um índice de referência), e implica em operar somas maiores do que o patrimônio do fundo, o que leva a possibilidades de cotas negativas, ou seja, o investidor pode perder tudo que colocou no fundo e ser intimado a depositar ainda mais. Imagine a cara de um investidor que perdeu R$ 300 mil e recebeu uma cartinha pedindo para colocar mais R$ 200 mil no fundo para tapar o buraco!

Como saber se um fundo é alavancado? O investidor precisa ler o prospecto (documento que é entregue na hora da primeira aplicação), e ver se o regulamento permite que o fundo utilize estratégias com derivativos para alavancagem. Os fundos não alavancados apenas permitem o uso de derivativos para Hedge (proteção).

Abaixo um exemplo de um fundo alavancado que "quebrou", deixando os investidores em uma situação no mínimo muito desconfortável:

São Paulo - A BM&FBovespa acaba de informar que o fundo "Private" da gestora de recursos GWI deixou de liquidar débitos de operações realizadas na bolsa. Apenas no dia 8 de agosto a carteira perdeu 273,1%, ficando com seu patrimônio negativo em R$ 25 milhões. O fundo tem cerca de 500 cotistas de alta renda, com aplicação mínima de R$ 250 mil.


O "Private" opera de forma alavancada por meio de operações no mercado a termo e conta, segundo a página da aplicação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com posições em papéis como Marfrig, Eletrobras, Brasil Telecom e Petrobras.

Notícia completa em: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/fundo-gwi-private-deixa-de-liquidar-debitos-na-bolsa


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